Quando olho para mim me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes aos sair
Das próprias sensações que eu recebo.
O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.
Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei
Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.
Soneto de Fernando Pessoa/Álvaro de Campos
Pessoa, Fernando. Obra Poética. Rio de janeiro, Aguilar, 1974. p.301.
Que me extravio às vezes aos sair
Das próprias sensações que eu recebo.
O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.
Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei
Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.
Soneto de Fernando Pessoa/Álvaro de Campos
Pessoa, Fernando. Obra Poética. Rio de janeiro, Aguilar, 1974. p.301.
O SEU NAVEGADOR PODE TE PROTEGER DE FRAUDES NA WEB. VEJA DICAS DE INTERNET EXPLORER 8
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários