sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O Avesso dos Ponteiros


Sempre chega a hora da solidão
Sempre chega a hora de arrumar o armário
Sempre chega a hora do poeta  a plêiade
Sempre chega a hora que o camelo tem sede
O tempo passa e engraxa a gastura do sapato
Na pressa a gente não nota que a lua muda de formato
Pessoas passam por mim  pra pegar o metrô
Confundo a vida ser um longa-metragem
O diretor segue seu destino de cortar as cenas
E o velho vai ficando fraco esvaziando os frascos
E já não vai mais ao cinema


Tudo passa e eu ainda pensando em você

Penso quando você partiu assim sem olhar pra trás
Como um navio que vai ao longe  e já nem se lembra do cais
Os carros na minha frente vão indo  e eu nunca  sei pra onde
Será que é lá que você se esconde

A idade aponta  na falha dos cabelos
Outro mês  aponta na folha  do calendário
As senhoras vão trocando o vestuário
As meninas viram a página do diário
O tempo faz tudo valer a pena
E nem o erro é desperdício
Tudo cresce e o início
Deixa de ser início
E vai chegando ao meio
Aí, começo a pensar que nada tem fim...