sábado, 31 de julho de 2010

A árvore dos poemas

 
                                
Quando a árvore dos poemas não dá poemas,
Seus galhos se contorcem todos como mãos de enterrados vivos,
Os galhos desnudos, ressecos, sem o perdão de Deus!

E, depois, meu Deus, essa lenta procissão de almas retirantes...

De vez em quando uma tomba, exausta à beira do caminho
Porque ningúem lhe chega ao labio o frescor de cântaro,
a doçura de fruto que poderia haver num poema.

Maldita a geração sem poetas que deixa as almas seguirem.


Seguirem como animais em estúpida migração!


Quando a árvore dos poemas não dá poemas,


Qual será o destino das almas?