(Gonçalves Dias)
O modesto verão constante e justo
Pensa e medita nas lições dos sábios
E nos caminhos da justiça eterna
Gradua firme os passos.
O brilho da sua alma não mareia
A luz do sol, nem do carvão se tisna;
Morre pelo dever, austero e crente,
Confessando a virtude.
Pode a calunia denegrir seus feitos,
Negar-lhe a inveja o mérito súbito;
Pode em seu dano conspirar-se o mundo
E renegá-lo a pátria!
Tão modesto no paço de Luculo
Como encerrado no tonel do Grego,
Nem o transtorna a aragem da ventura
Nem a desgraça o abate.
A tiranos preceitos não se humilha,
Ante o ferro do algoz não curva a fronte,
Não faz calar da consci~encia o grito,
Não nega os seus princípios.
Antes, seguro e firme e confiado
No tempo, vingador das injustiças,
Cos pés no cadafalso e a vista erguida
Se mostra imperturbável.
Sofre mártir e expira! A pátria em torno
Do seu sepulcro o chora, onde a virtude,
Afeita ao luto e à dor, de novo carpe
Do justo a flébil morte!
(Do livro: Novos Cantos).
sexta-feira, 18 de junho de 2010
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